Filmámos projectos que trabalham para prevenir incêndios catastróficos de Verão. Conhece-os?

Chão na Mata da Margaraça, com folhas de várias espécies de árvores nativas.

Foi há um ano, em Julho de 2018, que o projecto 1001 MARGARAÇAS deu os primeiros passos, com um desafio meu ao Paulo Martinho para filmarmos projectos que estão no terreno a dar a mão à floresta portuguesa e a trabalhar para prevenir incêndios catastróficos de Verão. Estes projectos estão a levar gestão do território onde ela tinha desaparecido, vítima do abandono rural.


Na Serra da Arada, em Carvalhais, São do Sul, a Montis recorre ao fogo controlado para diminuir os riscos de incêndios catastróficos e abrir o terreno para a plantação de árvores nativas. O fogo controlado tem um impacto diminuto na paisagem e actua como vacina contra os incêndios destruidores de Verão (Episódio 2).

Freguesia de Alvadia, na Serra do Alvão, onde a pastorícia e agricultura ajudam a criar um mosaico de habitats de montanha, dos prados aos pequenos bosques. Foto de Avelino Rego

Na Serra do Alvão, em Lamas e Alvadia, Ribeira de Pena, é o gado e a pastorícia que estão a regressar ao monte, diminuindo a biomassa acumulada e, dessa forma, o risco de incêndios catastróficos. Os criadores de Vaca Maronesa são alguns dos motores deste trabalho. E no Baldio da Freguesia de Alvadia plantam-se bosquetes de árvores nativas, reflorestando áreas há muito consumidas pelos fogos intensos de Verão (Episódio 3).

A pastorícia com Vaca Maronesa é um dos pilares deste projecto. Foto de Avelino Rego.

Na Serra do Caramulo, Belazaima do Chão, Águeda, plantam-se árvores e arbustos de espécies nativas e luta-se contra as espécies invasoras, numa tentativa de renaturalizar galerias ripícolas e outras áreas de bosque, perdidas no meio de floresta de produção e de áreas dominadas por acácias e háqueas. As primeiras áreas recuperadas que a génese do Projecto Cabeço Santo já fecharam a copa e são exemplo do que se consegue alcançar com dedicação e muita perseverança (Episódio 4).

Paulo Domingues (Esq.) mentor do Projecto Cabeço Santo, num dos bosques recuperados.

Na Serra dos Candeeiros, Aldeia de Chãos, Rio Maior, é um projecto de desenvolvimento local que está a devolver a gestão ao território em redor da aldeia. O rebanho comunitário de cabras faz controlo de biomassa, diminuindo os riscos de incêndio. A Cooperativa Terra Chã dispõe ainda de uma melaria, uma oficina de tecelagem e de um restaurante onde se cozinha com produtos locais, criando postos de trabalho e fixando a população, devolvendo gestão à paisagem (Episódio 5).

O pastor com o rebanho de cabras comunitário gerido pela Terra Chã.

Com apenas os dois primeiros episódios já prontos, estamos ainda longe de conseguir fazer justiça ao que vimos. Esperamos que a espera valha a pena. Até lá, visitem as páginas dos projectos e divulguem o excelente trabalho que estão a fazer em defesa da floresta e do território, levando a gestão aonde ela faz falta.

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