O Projecto

«1001 Margaraças - uma viagem pessoal pela floresta nativa»
Série Documental em 6 Episódios de 25 a 30 minutos cada

Conceito, Texto e Apresentação: Pedro Lérias
Realização, Direcção de Fotografia e Edição: Paulo Martinho
Música: André M. Santos
Masterização de Som: A. José Martins


Pedro Lérias (esq.) e Paulo Martinho no Baldio de Carvalhais. Foto de Nuno Neves

A série documental «1001 Margaraças» inicia a sua viagem na Mata da Margaraça, um dos bosques nativos mais antigos e bem conservados do país, e ambiciona mostrar projectos que, no terreno, tentam dar resposta a alguns dos desafios que a floresta nativa de Portugal Continental enfrenta. São projectos reais, da sociedade civil, em curso há vários anos, que são pouco conhecidos mas merecem um olhar mais atento.

É um registo na primeira pessoa, não politizado, que reflecte uma viagem pessoal pelo presente da nossa floresta autóctone, viagem de aprendizagem que senti como urgente depois dos incêndios florestais que assolaram Portugal de Junho a Outubro de 2017.


Episódio I: «O caminho da Margaraça»
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Chão da Margaraça. Foto de Paulo Martinho.

O primeiro episódio vai à procura da Mata da Margaraça, na Serra do Açor. A Mata da Margaraça é um exemplo bem conservado da floresta autóctone de Portugal. Será talvez uma das matas mais antigas do Continente, documentada desde o século XIII. A sua história e a sua conservação reflectem a ocupação ao longo do tempo do nosso território. Porque é a Margaraça especial? Venha conher este belo exemplo de um bosque nativo das encostas xistosas do Centro de Portugal Continental.


Episódio II: «Do Fogo Controlado aos Carvalhais»
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Voluntários constroem paliçadas no Baldio de Carvalhais. Foto de Paulo Martinho.

No Baldio de Carvalhais, no Maciço da Gralheira, as giestas 'afogam' o bosque autóctone e alimentam fogos devastadores de Verão. A Montis-Associação de Conservação da Natureza está a gerir 100 hectares do baldio e recorre ao fogo-controlado para diminuir a biomassa no terreno e criar oportunidades de gestão sem danificar o solo ou causar erosão, permitindo a plantação de árvores e arbustos autóctones e a recuperação das galerias ripícolas. Constroem-se tabuleiros com bolotas para incentivar os gaios a semear carvalhos. Neste episódio mostramos algumas das pessoas e acções que estão a permitir fazer o caminho das pedras aos carvalhais.


Episódio III (duplo): «Boa Sombra»
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Páteo em Lamas, Freguesia de Alvadia. Foto de Paulo Martinho.

No Baldio de Alvadia, na Serra do Alvão, é a agricultura e pastorícia que dão uma ajuda preciosa ao controlo de biomassa na serra. Ali o mato é de giestas e de urzes que no Verão ardem de forma severa e frequente. Como resultado, os montes estão despidos de árvores. Mas um novo projecto tenta contrariar esta realidade e plantou pequenos bosques em diversos pontos da serra. Também há por ali quem ainda corte as urzes e giestas para se aquecer no Inverno e fazer a cama do gado, ajudando a prevenir incêndios. Trabalha-se também para valorizar a Vaca Maronesa, raça local cuja produção tem vários benefícios ambientais, da prevenção de incêndios severos à restauração dos antigos lameiros e da sua flora, passando pelo armazenamento de carbono no solo.


Episódio IV: «Invasoras»
Status: Filmado. Em pós-produção.

Paulo Domingues (Esq.) do Projecto Cabeço Santo à conversa com Pedro Lérias. Foto de Paulo Martinho.

Há mais de uma década que o Projecto Cabeço Santo, em Belazaima do Chão, Águeda, luta para que a floresta autóctone integre uma paisagem dominada pela monocultura de eucalipto e ameaçada por espécies invasoras como a acácia-mimosa que ocupam agressivamente o espaço e não dão tréguas. Este projecto integra propriedades privadas, num total de mais de 100 hectares. Com a ajuda de voluntários, multiplicam-se as intervenções para controlo das invasoras e plantação de espécies nativas. E nas primeiras áreas de intervenção já se caminha à sombra de carvalhos e castanheiros. Mais a Norte, em Costa Bacelo, no Rio Paiva, luta-se também para lutar contra as invasoras.


Episódio V: «Campo Vivido, Campo Gerido»
Status: Filmado. Em pós-produção.

O pastor com o rebanho de cabras comunitário gerido pela Terra Chã. Foto de Paulo Martinho.

Neste Episódio visitamos o projecto de desenvolvimento rural "Terra Chã", na Aldeia de Chãos, Serra dos Candeeiros, que está a lutar contra o abandono rural. Em Chãos, pratica-se pastorícia com o rebanho de cabras comunitário, que serve também para fazer controlo da biomassa em redor da aldeia e na cumeada da serra. Na cooperativa, além do pastor, trabalha ainda um técnico apícola e cinco outras pessoas. Existe uma melaria comunitária e recuperam-se ofícios como a tecelagem. No café, está em exposição uma xiloteca (biblioteca de madeiras) com exemplares das principais espécies de árvores e arbustos da Serra dos Candeeiros e no restaurante consomem-se os produtos do rebanho e das hortas da zona, forma de valorizar a economia local. Porque sem pessoas não há gestão da paisagem nem prevenção de incêndios florestais.


Episódio VI - Último: A dose faz o veneno
Status: Filmado. Em pós-produção.

Com Paulo Pereira (dta.) num bosque nas margens do Rio Vouga. Foto de Paulo Martinho.

No último episódio reflectimos sobre o que foi mostrado ao longo da série documental. Visitamos dois novos exemplos de áreas de floresta nativa e perguntamos: quais as características da floresta autóctone que lhes podem dar maior resiliência aos fogos e à ocupação por invasoras? Têm todos os bosques igual valor para a conservação? No final, regressamos à Serra do Açor e à Margaraça para abordar os desafios do futuro, como a germinação profusa dos eucaliptos após os incêndios de Outubro de 2017, reflectindo sobre o seu significado e terminando com a mensagem: a floresta precisa de gestão!


Paulo Martinho (esq.) e Pedro Lérias no Baldio de Alvadia. Foto de Avelino Rego.

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